11/01/2016 09:53
Participante de MS cai em golpe e concurso de miss vira caso de polícia
Flávia Lima
O que poderia se transformar em um sonho, com uma segunda coroação, acabou virando um pesadelo para a advogada Karen Recalde, 25. Ela diz que amargou prejuízo de R$ 3 mil depois de acreditar nas promessas feitas pela organização do concurso Miss Beleza Negra brasil, que deveria ter acontecido no Rio de Janeiro, neste fim de semana.
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Karen conta que a história do que hoje chama de golpe, começou em julho do ano passado, quando Ricardo Madruga, organizador do concurso, entrou em contato com diversas meninas que já haviam vencidos concursos de beleza negra no país, convidando para uma competição que deveria ter ocorrido em novembro.
Apesar de na época estar concluindo o curso de Direito, a estudante foi seduzida pela oportunidade de ganhar uma segunda coroa, já que em 2012 havia vencido o Miss MS Universo 2012, que aconteceu no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande.
"O que chateia é que eu não fui atrás. Ele (organizador) é que convidou as meninas pelo Facebook", afirma Karen. Apesar de ter avisado que não arcaria com as passagens, Ricardo Madruga ainda cobrou R$ 450,00 pela inscrição, mas teria dito que todas as despesas na capital carioca seriam pagas pela organização, incluindo hospedagem em hotel de rede conceituada, alimentação e passeios pela cidade.
O convite tentador reanimou o desejo de seguir carreira artística e Karen comprou as passagens e se programou para ir ao Rio com mais oito integrantes da família e amigos, que moram em Campo Grande. Segundo Karen, alegando contratempos, o organizador alterou por duas vezes a data doconcurso, finalmente marcada para os dias 8, 9 e 10 de janeiro. "Tive que remarcar todas as passagens e pagar multa", diz.
Ao chegar no hotel, localizado no shopping Nova América, na última sexta-feira (8), Karen se deparou com outras 20 concorrentes, também de outros estados, que batalhavam para conseguir um quarto, já que o organizador alegava que não dispunha de dinheiro para pagar todas as acomodações.
"Logo de cara percebemos que era uma furada, mas como a organização dizia que tudo era um mal entendido que seria resolvido, decidimos confiar", conta.
O fato é que o cenário de glamour foi se desmoronando e as 32 candidatas, a maioria de fora do Rio de janeiro, se viram sem hospedagem e alimentação. "Graças a Deus eu tinha dinheiro para comer e passar pelo menos uma noite, mas muitas meninas ficaram desesperadas", lembra.
Karen conta que no sábado as candidatas descobriram, pela página do Facebook, que o concurso, que deveria ocorrer no domingo, no shopping Nova América, havia sido transferido para a quadra daescola de samba Caprichosos de Pilares e, para piorar a situação, as diárias venceram e elas não tinham como retornar ao quarto.
"Conversei com uma funcionária e consegui entrar para retirar minha bagagem e fui para o apartamento que minha família tinha alugado em Ipanema", ressalta.
Quando descobriram que o concurso seria cancelado de vez, as candidatas se reuniram e foram à polícia, registrar queixa contra a organização. De acordo com Karen, o delegado que tomou o depoimento das candidatas disse que o organizador havia prestado depoimento e disse que a crise financeira havia dificultado a realização do concurso e que ele não dispunha de dinheiro para ressarcir as meninas.
"Vou ficar no Rio até sexta-feira à disposição da polícia. Queremos que ele seja punido e que essa história sirva de alerta para outras meninas que sonham com concursos de beleza", destaca Karen.
Apesar do contratempo, Karen diz que ainda sonha com as passarelas e com a carreira na televisão, tanto que decidiu morar em São Paulo para concluir um curso profissionalizante de teatro. "Quando acontece essas coisas a gente pensa até onde vale a pena ir, mas vou continuar apostando na minha carreira", conclui.
http://www.campograndenews.com.br/cidades/participante-de-ms-cai-em-golpe-e-concurso-de-miss-vira-caso-de-policia
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