segunda-feira, 29 de agosto de 2016

29/08/2016 10h12

Três adolescentes foram barradas nos EUA nos últimos 6 meses

Miss Brasil Model 2015 foi barrada no setor de imigração em Miami.
Mãe de outra jovem diz que ela deve ser liberada ainda esta semana.

Do G1 São Paulo
Três adolescentes brasileiras foram detidas ao tentar viajar desacompanhadas para os Estados Unidos nos últimos seis meses, segundo levantamento do Bom Dia Brasil. Os casos têm as mesmas características: jovens que acreditavam estar com toda documentação em dia são supreendidas ao desembarcarem no país e acabam detidas sem que as autoridades americanas digam oficialmente o por quê.
A Miss Brasil Model 2015, Liliana Matte, foi a última delas. A adolescente foi barrada no setor de imigração do Aeroporto de Miami, na Flórida, e encaminhada a um abrigo para menores refugiados em Chicago, no estado de Illinois, a mais de 2000 km de onde aterrisou.
Anaide Matte, mãe de Liliana, está em Caracas, na Venezuela, onde vive outra filha, e tem passagem comprada para viajar aos Estados Unidos nesta segunda-feira (29) para tentar resolver a situação. "Ontem ela me ligou, eu também choro junto com ela. Desesperada. Uma tristeza só, Eu não sei porque isso tudo. Uma desconsideração pelas leis brasileiras porque ela estava autorizada a viajar, né. Pelos pais e pela embaixada do Brasil", lamentou.
A mãe afirma não ter o contato de nenhuma autoridade americana. Ela pretende seguir até o consulado brasileiro em Chicago para obter mais informações sobre a filha. Anaide também conta com a ajuda de quem passa pelo mesmo drama. "Eu já estou me comunicando com a outra mãe, a mãe da Stephane, que é a Liliane Carvalho. Vou para um hotel perto do aeroporto. Meu filho está indo do Brasil com alguns documentos e a gente vai se encontrar".
Caso semelhante
A estudante Stephane, de 17 anos, está detida há mais de 15 dias no mesmo abrigo para menores refugiados, em Chicago. Ela iria visitar uma tia em Orlando, também na Flórida, mas foi barrada assim que desceu no Aeroporto de Detroit, no Michigan, onde faria uma conexão.
Liliane, mãe da jovem, está no país há cerca de dez dias e até agora não conseguiu liberar a filha. Elas só puderam se ver duas vezes neste período. Um dos encontros aconteceu na última sexta-feira (26), dia em que a adolescente completou 17 anos, e quando mãe e filha foram autorizadas a passar uma hora juntas para comemorar a data.
Como sozinha não conseguiu sequer informações sobre o motivo da detenção da filha, Liliane contratou uma advogada, de quem recebeu notícias neste domingo (28). "Advogada falou para mim que essa semana ela tira a Stephane de lá. Por isso que fiquei mais alegre, mais feliz, né. Porque eu estou sentindo no meu coração que está acabando esse pesadelo."
De acordo com Liliane, a advogada garantiu que não será necessária uma audiência com um juiz norte-americano. "Ela está pedindo só. Ela pediu o apressamento e ela falou que todos os documentos que eles me pediram, todos eu já assinei. Então, ela está pedindo uma urgência para que a gente saia do país."
Motivo das detenções
As mães das duas acreditavam que para entrar nos Estados Unidos bastavam o visto do consulado, o passaporte válido e os seguintes dizeres no documento: "O titular, enquanto menor, está autorizado pelos genitores pelo prazo deste documento a viajar desacompanhado ou apenas com um dos pais indistintamente".

"Isso precisa ser melhor esclarecido, porque se não pode viajar sozinha, então não vale nada o que está no passaporte", reclama Anaide. O embaixador Carlos Alberto Simas explica que, mesmo com a documentação correta, a imigração de qualquer país tem autonomia para impedir a entrada de quem quer que seja, se assim desejar.
"Visto não é direito adquirido. Visto de entrada é presunção de direito", esclarece ele. Segundo o embaixador, o mesmo acontece em território brasileiro. Se, por alguma razão, a autoridade de imigração brasileira impedir alguém de ingressar no país, "ela está dentro do seu direito e isso é verdade em qualquer país, inclusive nos Estados Unidos, evidentemente".
"A retenção nos Estados Unidos, pelo que entendo da legislação norte-americana, é motivada pelo fato de a menina ser menor, simplesmente isso. E pode estar associada a alguma dúvida que eles tenham em relação ao status da menina", completou o embaixador.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/08/tres-adolescentes-foram-barradas-nos-eua-nos-ultimos-6-meses.html

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