Concurso de Miss Venezuela é atingido pela crise
Nova edição do famoso evento sofre as consequências da recessão
Caracas
A 64.a edição do concurso Miss Venezuela foi realizada na quinta-feira em Caracas com uma cerimônia bem mais íntima. Longe da pompa dos anos anteriores, o grande evento social que congrega os venezuelanos elegeu Keysi Sayago, uma engenheira mecânica de 22 anos, como sua nova rainha da beleza. A crise econômica reduziu o espetáculo a um estúdio de TV.
Nas edições anteriores, o Miss Venezuela era a grande noite de gala local e o programa mais visto do ano. O Poliedro de Caracas, uma instalação com capacidade para 13.000 pessoas, recebia personalidades da televisão, dirigentes políticos e homens de negócio ansiosos por ver (e se deixar ver) no evento que retrata boa parte de sua idiossincrasia. Mas a crise acabou com a possibilidade de organizar um espetáculo de acordo com sua influência social.
Os cantores espanhóis Camilo Sesto e Raphael e o mexicano Emmanuel são alguns dos grandes nomes que já passaram pelos palcos do concurso. Este ano, contudo, o Miss Venezuela teve de se conformar com intérpretes menos relevantes e se esforçar para conseguir recursos escassos com o empenho dos produtores. Em entrevista à Efe, o diretor do programa de TV, Erick Simonato, disse que a Organização Miss Venezuela enfrentou diversos tipos de problemas nos “últimos anos”, mas ressaltou que nesta edição os problemas especialmente graves. “Não conseguimos obter coisas essenciais: tinta, fita adesiva, botões para os vestidos das meninas, tecidos...”, afirmou.
O interesse dos venezuelanos pelo concurso, porém, continua intacto. Durante as quatro horas de show, 15 das 20 tendências do Twitter tinham ligação com a disputa. Nem mesmo os maiores críticos podem ignorar as implicações do evento e toda a parafernália para viver num país que, embora quebrado, continua imerso em hedonismo.
Enquanto os programas de bastidores da TV comentavam tudo sobre a competição, uma dúvida pairava no ar: como as candidatas da Mesa da Unidade (plataforma opositora) teriam assimilado a derrota? Duas das favoritas, as representantes dos estados de Vargas e Cojedes são as noivas do deputado Carlos Paparoni (Primeiro Justiça) e do vereador de Chacao Diego Scharifker (Um Novo Tempo), respectivamente. Em tom de piada, usuários das redes sociais diziam que alguma delas poderia ser a primeira-dama num futuro próximo. Além disso, a animadora Mariángel Ruiz é noiva do prefeito do município de Sucre (a leste de Caracas), Carlos Ocariz, outro reconhecido opositor. Todas elas, apesar da crise, protagonizaram à sua maneira esta que é considerada a noite mais linda do ano.
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/06/internacional/1475790893_794006.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário