quarta-feira, 29 de junho de 2016

28/06/2016 06h00
Bela, coroada e do mundo
Eleita Miss Mundo Brasil, representante goiana Beatrice Fontoura se prepara para disputar a coroa de Miss Mundo, nos Estados Unidos, em dezembro
Júnior Bueno
‘Prazer, Miss Mundo Brasil!” A modelo goiana Beatrice Fontoura pode se apresentar assim, a partir de agora, pois ela foi eleita, na noite de sábado (25),  como a mais bela entre 40 candidatas, e vai defender o Brasil na disputa Miss Mundo, no  próximo mês de dezembro, em Washington, nos Estados Unidos. De acordo com a organização, além da beleza física, o evento leva em conta saúde, aptidão para as artes, desempenho em desfiles e inteligência.
Beatrice foi Miss Goiás, em 2014, e concorreu à coroa de Miss Brasil, mas, apesar de ter todos os requisitos necessários para levar a faixa e a coroa de Miss Brasil (medidas padrão, bom desempenho ao desfilar, graciosidade, etc.), ela não foi vencedora. Em 2016, quando estava perto da idade limite para o mundo das misses – que se aposentam cedo, aos 26 anos –, Beatrice resolveu apostar no Miss Mundo  Goiás , outra franquia de concursos de beleza. 
Existe muita confusão entre os dois concursos, já que um leva ao título de Miss Mundo e, o outro, ao de Miss Universo. O Essência explica a diferença entre as duas franquias. No início, há 60 anos, havia o Miss Mundo, idealizado pelo ricaço britânico Eric Mosley, em 1951. A competição surgiu como um festival de biquíni, algo pioneiro para a época. No fim da década de 1950, a competição passou a ser transmitida pela BBC, fez sucesso e ganhou fama mundial. 
O Miss Universo surgiu um ano depois, em 1952, na Califórnia. A empresa Pacific Mills criou um concurso para divulgar sua nova coleção de trajes de banho. Para ‘bombar’ o produto, a competição ganhou o nada pomposo nome de Miss Universo. Em 1966, o multimilionário Donald Trump comprou os direitos do evento, e o  Miss Universo passou a ser transmitido, ao vivo, pelas redes americanas de TV. Daí, ganhou o mundo.
Este Trump é exatamente o mesmo que hoje concorre à presidência dos Estados Unidos e amedronta meio mundo com seu programa de governo pouco simpático às mulheres, aos gays e aos imigrantes. Curiosamente, o Miss Universo é um concurso de mulheres, com homossexuais trabalhando nos bastidores, e precisa de mulheres estrangeiras para concorrer à coroa, senão não tem concurso. Ironias da vida.
Mas, voltando ao Miss Mundo, este concurso que Batrice vai concorrer à coroa mundial é sediada em Londres, onde as vencedoras vivem durante o ano de seus reinados. Realizado anualmente em países diferentes, as vencedoras passam um ano viajando como representantes do Miss World Organization e suas causas sociais. “O Miss Universo foca mais na beleza plástica, e o Miss Mundo tem isso, de aproveitar a visibilidade para ajudar as pessoas”, diz Beatrice.
A modelo é goiana de coração, nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, e veio para Goiânia ainda criança. Sua mãe é natural de Abadiânia. Beatrice mudou-se para Goiás aos 11 anos de idade, assim que a mãe retornou à sua terra natal. Modelo e estudante de Direito e empresária (Beatrice é dona de uma loja de roupas infantis), ela resolveu se dedicar ao mundo dos concursos de miss, e já foi coroada Miss Goiânia, Miss Goiás (franquia Universo), Miss Mundo Goiás e, agora, Miss Mundo Brasil. 
Sua carreira começou aos 13 anos de idade, quando foi descoberta por olheiros de uma agência, enquanto participava de um concurso de modelo. Foi contratada pela agência Elite. Depois, foi para a Next Models e para a Ford Models. A bela já foi fotografada pelos mais importantes profissionais e desfilou para grandes  grifes e estilistas renomados. Também fez temporadas em Munique, Hamburgo, Milão, Miami e Hong Kong. Agora, se eleita Miss Mundo, a rotina de rodar o mundo pode voltar para sua vida. “Eu vivi no mundo, então não vou estranhar se for para o mundo de novo”, diz em entrevista ao Essência. Confira o restante. 
Entrevista Beatrice Fontoura 
Qual foi a emoção de ouvir seu nome anunciado como vencedora do Miss Mundo Brasil?
Na hora em que eu ouvi o nome do meu estado, eu fiquei em choque, sem ação. Só pensava: ‘Meu Deus, chamaram Goiás lá... O que eu devo fazer?’ As pessoas me puxavam para fazer fotos, e eu ia, no automático, a ficha não caia. Foi uma emoção muito grande, eu não sei descrever tudo aquilo.
O Miss Mundo tem um caráter mais humanitário, com projetos sociais atrelados à visibilidade que o concurso ganha. Você já defende alguma causa?
Sim, eu tenho um trabalho de apoio à Vila São Cottolengo, em Trindade, que é uma casa que acolhe pessoas com deficiência física e mental. E como Miss Mundo Brasil eu passo a trabalhar com uma entidade que luta contra a hanseníase. E o Miss Mundo tem ainda mais causas, o que é muito bom. O Miss Universo é mais sobre beleza plástica, e o Miss Mundo tem isso, de aproveitar a visibilidade para um propósito de ajudar as pessoas. Mas, paralelamente a isso, eu vou continuar na minha Vila São Cottolengo; não vou deixar de ajudar lá não.
E como é a expectativa para representar o Brasil, no Miss Mundo, em dezembro?
Nossa, nem tenho como falar sobre isso agora, mas são as melhores possíveis. Tenho ainda um tempo para isso. Viajo em novembro para os Estados Unidos, pois é um mês de concursos dentro do Miss Mundo. 
E, se ganhar, você terá de ficar um ano viajando pelo mundo. Está preparada para essa mudança de vida?
Eu vou adorar conhecer outras culturas, viajar pelos países levando algo de bom para as pessoas. Eu fui modelo durante oito anos, vivi no mundo, então não vou estranhar se for para o mundo de novo. 
Como você concilia a rotina dos concursos com as carreiras de estudante de Direito, modelo e empresária?
Eu vou ter de trancar de novo minha faculdade para o Miss Mundo. Mas eu sempre acho um jeito de fazer tudo. Eu ganhei uma bolsa de estudos e vou concluir a faculdade assim que der para me dedicar mais a ela.
Em 2014, você disse que a Bíblia era seu livro preferido e que te ajudava até nas competições. Ela ainda continua te dando sorte?
Para ser bem sincera, faz tempo que eu não leio (risos). Mas, recentemente, o livro A Cidade do Sol me emocionou bastante. Fala de uma realidade muito triste, mas de uma forma que há esperança. Eu recomendo.
http://www.ohoje.com.br/noticia/cidades/n/120647/t/bela-coroada-e--do-mundo

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