domingo, 21 de fevereiro de 2016

Título de miss Brasil atrai jovens candidatas em Uberlândia

Pelo menos 60 anos se passaram desde a época de ouro do Miss Brasil, quando chegou a ser o segundo evento mais popular do País, atrás apenas da Copa do Mundo. O concurso, que elege uma representante da mulher brasileira, reconhece não apenas a beleza das candidatas, mas os predicados intelectuais, sociais e culturais. O que exige árdua preparação. Atualmente, o que move garotas de 18 a 25 anos a enfrentar a empreitada? É o imaginário que circunda o título, a possibilidade de exposição para modelos em início de carreira?
A reportagem do CORREIO de Uberlândia conversou com duas jovens de Uberlândia em preparação para a etapa estadual do Miss Brasil Universo, como o concurso ficou conhecido após a aquisição dos direitos pela Enter Entertainment Experience, empresa do Grupo Bandeirantes de Comunicação. A vencedora do Miss Brasil representa o País no Miss Universo. Concorrem ao Miss Brasil as ganhadoras das etapas estaduais realizadas em todo o território nacional.
Dani Melo e Larissa Novais se preparam para o Miss Minas Gerais (Foto: Leo Crosara/Divulgação)
Dani Melo e Larissa Novais se preparam para o Miss Minas Gerais (Foto: Leo Crosara/Divulgação)
O fotógrafo Leo Crosara propôs às uberlandenses um trabalho intensivo, que começou no fim do ano passado e vai até meados de junho. “Há dois anos, acompanhei o Miss Minas Gerais, em Belo Horizonte, quando fiquei cerca de dois meses confinado naquele universo. Entre as minhas observações, percebi que havia duas candidatas de Uberlândia, uma muito bem preparada e a outra nem tanto”, diz Leo Crosara. Depois de sondar, o fotógrafo descobriu que a diferença entre as duas era a presença e ausência de um preparador especializado.
Diante da constatação, o profissional selecionou duas modelos com potencial para a disputa. Entre os aspectos decisivos na escolha, estão o domínio da oratória e predicados intelectuais, sociais e culturais prévios. “Desenvolver estes aspectos no prazo que temos seria impossível, então, privilegiei garotas envolvidas com cursos universitários. O que vamos fazer é um intensivo de inglês”, diz Crosara. As garotas também passarão por sessões de academia e pilates, para adequar medidas e postura, além de procedimentos estéticos.
Sonho
Entre as candidatas está Larissa Novais, de 22 anos, recém-formada em Direito. Ela foi selecionada, no ano passado, para concorrer ao Miss Minas Gerais, mas a data do concurso coincidiu com a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ela optou por encerrar o ciclo acadêmico. “Escolhi o Direito para me manter financeiramente, mas, desde criança, tenho o desejo de ser modelo e atriz. Com 12 anos, uma agente me viu em um mercado em Macapá, onde morava, e comecei a modelar. Desde então, sempre persegui meu sonho”, diz Larissa Novais.
De volta a Uberlândia aos 18 anos, a aspirante ao Miss Minas Gerais se envolveu com grupos de teatro e dança, além das agências de modelo. Diante da impossibilidade cursar graduação em Artes Cênicas, porque não poderia deixar de trabalhar, se matriculou no curso de Direito, que foi um meio para se manter na cidade, ajudar financeiramente a família e ainda desenvolver habilidades para o Miss.
“O curso foi bacana, porque me trouxe firmeza na hora de argumentar, a capacidade de falar em público, a postura em situações formais”, afirma a modelo. Agora, a uberlandense está pronta para investir no Miss Minas Gerais. Para entrar no páreo, a advogada intensificou a malhação, voltou a estudar inglês e continua acompanhando notícias. “Nunca deixei meu sonho morrer. O concurso representa para mim uma oportunidade maior que a modelagem, pois envolve o engajamento em causas sociais, algo que faço há 10 anos”, diz Larissa Novais.
De Uberlândia para o Brasil
Viver um sonho e alavancar a carreira estão entre as motivações das modelos uberlandenses que se preparam para a candidatura ao Miss Minas Gerais. Há 48 anos, foi uma casualidade que colocou Ângela Stecca no trono de Miss Brasil. A uberlandense, que vive nos Estados Unidos há 21 anos, conversou com o CORREIO sobre as motivações para o concurso. “Nunca pensei ou sonhei em ser Miss ou modelo. Fiz meu début em 1966, quando era usual o Uberlândia Clube escolher uma entre as debutantes para ser Miss Uberlândia Clube. Mas não havia uma lista de candidatas ou jurado”, diz Ângela Stecca.
A uberlandense Ângela Stecca em 1968, quando recebeu faixa de Miss Brasil e, agora, em foto atual (Fotos: Arquivo Pessoal)
A uberlandense Ângela Stecca em 1968, quando recebeu faixa de Miss Brasil e, agora, em foto atual (Fotos: Arquivo Pessoal)
Depois de ser Miss Primavera do Uberlândia Clube, Embaixatriz do Turismo de Uberlândia e Miss Uberlândia, a uberlandense foi eleita uma das mulheres mais elegantes do Triângulo Mineiro, em um baile em Uberaba, no verão de 1967. Entre os convidados do baile, estava Nicolau Neto, produtor e apresentador do Miss Minas Gerais. “A partir daí, ele começou a se referir a mim como forte candidata ao concurso de 1968. A essa altura, meu pai já estava bravo”, diz Ângela Stecca. Em 1968, quando foi reeleita Miss Uberlândia – e perdeu o namorado no palco – o pai tinha proibido a filha de receber mais um título.
“Mas a mídia de Belo Horizonte fez muita pressão e meu pai cedeu. Daí, o Miss Minas Gerais e o Miss Brasil aconteceram naturalmente. Meu propósito ao participar dos concursos era que meus pais, minha família e amigos se orgulhassem de mim”, diz a uberlandense, para quem, depois de quase meio século, ser Miss é muito diferente. “Além de beleza física, tínhamos que ser quase atletas, ter noções de dança e canto, educação social, ser informadas e extrovertidas. Mas os desafios ainda são grandes, pois há muita pressão. Meu conselho é que as meninas se preparem em todos os sentidos, inclusive, psicológico”, diz Ângela Stecca.
Carreira de modelo é principal foco
Entre os diferentes propósitos que movem as candidatas ao Miss Brasil Universo, está alavancar a carreira de modelo, mercado altamente competitivo. Entre as uberlandenses que se preparam para concorrer ao Miss Minas Gerais, Dani Melo tem o propósito de se projetar na profissão de modelo e manequim.
Dani Melo atua como modelo desde os 13 anos. “Quando era criança, eu tirava fotos com minhas amigas, experimentando roupas e maquiagens. Então, mais tarde, foi natural participar de um curso de modelagem e procurar uma agência”, diz Dani Melo, que atualmente tem 18 anos e atua na área, fazendo editoriais e desfilando, além de cursar Odontologia.
A preparação para a candidatura ao Miss Minas Gerais começou a partir do convite do fotógrafo Leo Crosara, avaliando o potencial da modelo. “Nunca tinha pensado nessa possibilidade. Quando ele me fez a proposta, logo disse que estava dentro. Quero aproveitar todas as oportunidades para estar à vista, além do aprendizado”, diz Dani Melo.

Medidas e afins
Requisitos para o Miss Minas Gerais (até 2015)
– Ser mulher
– Não ser ou ter sido casada ou ter ou tido união estável
– Não ter filhos, nem estar grávida
– Ter entre 18 e 25 anos de idade completos até um ano antes do concurso
– Ter, no mínimo, altura de 1,70 m e medidas de 90 cm de busto, 60 cm de cintura e
90 cm de quadril.
– Ser brasileira nata ou naturalizada há, no mínimo, doze meses
– Ser, obrigatoriamente, representante de um município do Estado
– Ter, no mínimo, ensino médio completo ou incompleto
– Ter somente tatuagens discretas, como na nuca, punho, tornozelo
Concurso Miss Brasil
Início: 1954
Miss Brasil 1954: Martha Rocha
Miss Brasil 2015: Marthina Brant
Miss Minas Gerais 2015: Stéfhanie Zanelli Marques
Última mineira a conquistar o Miss Brasil: Débora Lyra (2010)
http://www.correiodeuberlandia.com.br/entretenimento/titulo-de-miss-brasil-atrai-jovens-candidatas-em-uberlandia/

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