sexta-feira, 20 de novembro de 2015

'Quem nunca sofreu preconceito no Brasil?', pergunta Miss Distrito Federal

Amanda Balbino, única negra na disputa do Miss Brasil 2015, fala sobre luta contra o racismo. 'A batalha é para mostrar que não existem diferenças'.

Rodrigo Soaresdo EGO, em São Paulo
Miss Distrito Federal, Amanda Balbino (Foto: Lucas Ismael / Band)Miss Distrito Federal, Amanda Balbino
(Foto: Lucas Ismael / Band)
Amanda Balbino, Miss Distrito Federal, teve uma grande responsabilidade nesta semana, já que o Dia da Consciência Negra é celebrado nesta sexta-feira, 20 de novembro. A jovem de 21 anos foi a única negra entre as 27 candidatas do Miss Brasil 2015, que coroou a gaúcha Marthina Brandt como vencedora na noite de quarta-feira, 18.
"Fui a primeira negra vencedora do Miss Distrito Federal. Ao mesmo tempo que bate uma felicidade, fica uma sensação estranha por nunca uma outra mulher do mesmo tom de pele que o meu ter vencido. E o importante é que acho que consegui 'dar o recado', mostrar a nossa força e contribuir para que outras meninas com o meu estilo possam se orgulhar da própria beleza", falou ela, que ficou entre as 15 semifinalistas.
O 'recado', aposta ela, também foi transmitido por sua atitude na disputa e também pelos cabelos que ostentou em suas entradas na passarela. "A ideia do concurso era mostrar as misses de um jeito mais natural. Assim, normal que eu viesse com meu cabelo ao estilo afro, que é como eu uso, né? Ele faz parte da minha beleza, dos meus traços e da minha herança", contou ela.
Amanda afirma que, assim como a atriz Taís Araújo, já foi vítima de racismo. "Quem nunca sofreu com preconceito no Brasil? Infelizmente as pessoas têm problemas com as diferenças. Por muito tempo a questão da cor serviu para diferenciar as pessoas, colocando uns acima dos outros. Acaba que ainda existem situações em que sofremos  por conta dessa ideia que ainda persiste em parte da sociedade", diz ela, que faz questão de deixar claro que não se abate pelas manifestações de preconceito. "Nosso trabalho é para mostrar que não existem diferenças. E sei que o meu, por ser uma Miss negra, é ainda maior".
Estudante de Psicologia na Universidade de Brasília, Amanda quer dar uma pausa na possível carreira clínica e investir no mundo das passarelas ou atuação. "Até então não era modelo, minha primeira experiência foi com o concurso, mas quero aproveitar todas as oportunidades que surgirem, inclusive como atriz. Por enquanto sigo em Brasília, mas nada impede que eu vá para outros lugares se a proposta de trabalho for boa", conta ela.
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Miss Distrito Federal (Foto: Iwi Onodera/EGO)Miss Distrito Federal (Foto: Iwi Onodera/EGO)http://ego.globo.com/beleza/noticia/2015/11/quem-nunca-sofreu-preconceito-no-brasil-pergunta-miss-distrito-federal.html

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