Moradora da Baixada Fluminense é eleita Miss Latinoamerica 2015, no Panamá
Ao subir ao palco para o anúncio do resultado do concurso, Carolina Moura, de 20 anos, tinha certeza de que a candidata da Nicarágua seria coroada. Quando o locutor anunciou “Brasil”, a moradora de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, sentiu a maior alegria da vida. Conquistou a faixa de Miss Latinoamerica 2015 no dia do aniversário da mãe, em 3 de outubro.
— Só conseguia pensar em levar a coroa para ela, que é a minha grande rainha. Foi um caminho difícil, mas cheguei lá — diz Carolina, emocionada, ao lembrar o momento.
De sorriso largo e muito falante, a nova Miss Latinoamerica é modelo desde os 6 anos. Aos 13, a moradora de Saracuruna entrou para o curso da Inter Model, na Lagoa, Zona Sul do Rio. Como não tinha dinheiro para concluir a formação, começou a dar aulas.
— Sempre tive esse jeito. Quando era pequena, colocava a mão na cintura e andava que nem modelo pela sala. Você é do tamanho do seu sonho, e eu me movo por ele — declara a jovem, que tem 52kg distribuídos em 1,73m.
Em 2014, uma amiga a incentivou a entrar na disputa de miss. Ela ganhou a coroa em Caxias, mas não no estadual. Este ano, Carolina deu mais um passo: Foi classificada e, em seguida, escolhida para representar o Brasil no concurso latino-americano, realizado no Panamá.
Batalha acirrada pela coroa
Esta foi a primeira vez que Carolina saiu do país. Ao chegar ao Panamá, não sabia falar nada em espanhol. No fim do concurso, estava fluente.
— Sempre fui falante e tive que me virar. Fiz amizade com outras candidatas e elas me ajudaram — conta a miss: — Mas nem todas eram legais. Às vezes, parecia uma novela mexicana. Algumas queriam sabotar as outras.
A rotina das candidatas era puxada. Elas acordavam cedo para malhar, se arrumar, visitar projetos sociais, desfilar e, à noite, ainda tinham que comparecer a eventos em restaurantes e boates.
No último dia, Carolina teve que discursar, no palco, sobre o povo brasileiro:
— Falei que nós não vivemos sambando. Tenho orgulho das minhas raízes. Meu pai é porteiro e minha mãe, caixa de papelaria. Eu ia para a escola sem ter como levar merenda. O nosso povo luta pelo que quer, não desiste fácil.
Modelo viajará para promover ações sociais
Nos próximos meses, Carolina vai rodar os países que enviaram candidatas para o concurso de Miss Latinoamerica. Neles, ela vai se juntar às outras competidoras para promover ações sociais.
— Quando estávamos no Panamá, visitamos um orfanato. Lá uma menina nos contou que não se achava bonita. Eu e outras candidatas nos juntamos para arrumá-la e vesti-la. Ela ficou muito feliz, foi maravilhoso — lembra a bela.
Tecnóloga em moda, Carolina trabalha como assistente de produção da estilista Aline Samson. Quando não está viajando, também faz campanhas de lojas de roupa.
— Meu sonho é virar uma modelo internacional, como Coco Rocha (supermodelo canadense). Na verdade, o que eu quero mesmo é ser uma angel da Victoria Secret’s — sonha Carolina.
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