Miss Universo 2017 - 17.12.15
O quadro começa a se definir. Com a proximidade da noite de coroação, as misses, familiares e admiradores ficam mais nervosos e apreensivos. Seja o que Deus quiser.
Acordei tarde, escrevi o texto
anterior e acabei não indo para as entrevistas. Fui para o ensaio à tarde, onde
elas treinaram a escolha das 15 semifinalistas, os desfiles em traje de noite e
biquíni, a escolha das 10. Já na entrada do Axis, um problema: meu nome não
estava na lista do dia anterior. Foi preciso buscar um diretor nacional para
autorizar a minha entrada. E aconteceu algo muito engraçado. Foi chegando um
senhor, com crachá de diretor nacional, acompanhado de um amigo de longas datas.
Expliquei o que estava acontecendo e o senhor prontamente se dirigiu ao staff
para colocar meu nome. E disse que era o diretor da Polônia. “No problem!”
Quando entramos e agradeci, ele caiu na gargalhada. Era o diretor da Turquia...
rsrsrs Agora só o cumprimento chamando-o de Mister Poland!
O ensaio segue o mesmo modelo de
todos os anos. É extremamente cansativo para as garotas, pois cada uma tem que
repetir tudo: participa de toda a coreografia e repete os desfiles como se ela
fosse uma das 15 semifinalistas e depois uma das 10. Quando não estavam no
palco, ocupavam um lugar determinado onde ninguém pode ter acesso. Quanta
diferença de anos passados, quando ficávamos conversando com todas elas...
Os diretores nacionais, familiares
e amigos ficaram numa área atrás. E a segurança extremamente atenta, não permitindo
qualquer aproximação. Não tiro a razão, pois o mundo hoje está perigoso. Mas,
isso somente se justificaria se depois de eleita a Miss Universo, a segurança
permanecesse a mesma com as outras. Isso não acontece. Eles guardam a eleita a
sete chaves e as outras ficam ao léu. Em Nassau, por exemplo, era engraçado
todo esse cuidado, e depois da eleição as misses ficaram perambulando pelo
cassino sem qualquer cuidado por parte da organização.
Hoje, quando eles começaram a
trocar os grupos no palco a platéia fez a festa. As misses vinham para o nosso
espaço e conversavam com todos. Foi aí que tive o primeiro contato com a Miss
Brasil. De brincadeira, aproximei-me de Marthina falando espanhol, pedindo para
tirar uma foto. Ela prontamente me atendeu, com muita simpatia. Fizemos duas
fotos e aí eu brinquei, dizendo que era brasileiro e estava trazendo a gravação
de Martha. Ela falou: “Ahhhhh, é você¿” E conversamos a conversar. Eu disse que
tinha trazido também uma lembrança de Patrícia Godói, Miss Brasil 1991, mas que
estava no hotel, prometendo entregar amanhã.
A diretora nacional das Filipinas,
a colombiana Stella Marquez, primeira Miss Internacional, estava na platéia.
Conheci Stella em San Juan, em 2001. E depois disso sempre nos encontramos nos
concursos. Em São Paulo brinquei com ela por conta do sobrenome da Miss
Filipinas de então e ela se recordou disso hoje. Mostrei-lhe a biografia de
Martha e ela ficou encantada. Disse que quer um livro – o que prometi para
assim que sair a próxima edição. Em seguida, ela me falou que certa vez recebeu
de presente muitas revistas com reportagens suas, inclusive com ela nas capas, enviadas
por um brasileiro que ela não se recorda do nome. Perguntei se foi Expedito
Barros, pois é bem típico dele. E ela me disse que não se lembrava, mas
gostaria muito de agradecer a essa pessoa a gentileza. Prometi ajudá-la a
identificar esse coração generoso. Perguntei se era possível ela fazer uma foto
com Marthina e prontamente atendeu. Quando as duas estavam juntas, a ex-Miss
Colômbia olhou bem no rosto da Miss Brasil e disse: “Usted es muy linda. Como
se habla esto em português¿”. E Marthina prontamente respondeu: “Você é muito bonita”.
E Stella: “Ahhhh, como se habla em España...”
Logo depois eu mostrei a Marthina a
gravação de Martha. Ela ficou emocionada e agradeceu a gentileza da Miss
Universo 1968. “Que lindo”, ela falou. Na gravação, Martha diz que o nome de
Marthina dá sorte e que ela torcendo muito para a gaúcha trazer esse título que
há mais de 40 anos não vem para o nosso país. Aconselhou Marthina a enfrentar o
júri com confiança, pois isso é determinante num concurso de beleza. Por fim,
falou que domingo estará na torcida. Perguntei a algumas pessoas bem
informadas, inclusive da organização, sobre algum mal-estar envolvendo a
brasileira e a colombiana. Todos negaram.
São escassos os minutos que as
garotas têm com seus admiradores. E sempre aparecia Lu Sierra, a ex-modelo que
as ensaia, dizendo “please, please, please” para que elas voltassem ao palco.
Eu me aproximei da Miss Portugal
brincando e perguntei, em inglês, se ela imaginava de onde eu era. Ela me olhou
bem, franziu a testa e arriscou: Portugal. Então ri e falei em português,
dizendo que sou do Brasil. Ela me abraçou e disse que adora o nosso país.
Perguntei se ela conhecia o Brasil. Diante da negativa, falei que ela me devia
essa, pois eu já tinha ido a Portugal. Ela disse que é um sonho a ser realizado.
Curaçao é muito linda e simpática.
Estava sempre com a mãe. Ao olhar a biografia de Martha, se emocionou com as
fotos onde aparece Anne Marie Braafheid, a sua conterrânea que foi a primeira
princesa de Martha Vasconcellos – a melhor classificação que uma Miss Curaçao já
conseguiu até hoje, quadro que a atual pretende mudar. Ela me contou que
recebeu votos de boa sorte de Anthony Vasquez, pai de Verna Vasquez, a Miss Curaçao
1997 grande favorita em Miami, que terminou em 4º lugar. Anthony se tornou meu
amigo em Miami, e cotinuamos a amizade via Facebook.
Miss Suécia me informou que a mãe
já se encontra aqui em Las Vegas e domingo estará torcendo muito pelo seu
sucesso. A colombiana tem uma personalidade “arrolladora”, como eles dizem.
Vive o tempo todo brincando, com uma energia que me recordou muito Riyo Mori, a
japonesa vencedora em 2007.
Outro detalhe interessante foi que
pedi a Stella Marquez para fazer uma foto com a Miss Colômbia e a Miss
Filipinas. Prontamente atendido e muitos vieram aproveitar também o momento
fazendo fotos. Ariadna disse, em inglês, que o coração de Stella era “metade-metade”.
A ex-Miss Internacional sorriu e confirmou. Mas, logo depois, disse que o
coração dela era totalmente colombiano, não podia negar.
Falando de favoritismo, a nossa
miss está fortíssima. Mas, não vamos cantar vitória antes da hora. Marthina tem
todas as condições de vencer esse concurso, porém a disputa está dificílima. Creio
que haja umas 20 meninas que podem surpreender e terminar com a coroa, como
aconteceu em 1990, quando Mona Grudt não era cotada e acabou levando a primeira
e única (até hoje) coroa para a sua Noruega. Uma surpresa boa foi a Miss EUA.
Martha Vasconcellos já tinha me dito que pessoalmente ela era maravilhosa, pois
a encontrou na sede do Miss Universo recentemente. E é verdade: Olivia
pessoalmente é muito mais bela do que em fotos e é extremamente simpática e
acessível. Não será surpresa se terminar coroada. Ainda mais como me lembrou um
amigo. Em 1997, o primeiro ano de Trump teve coroa norte-americana. Em 2015 os
donos do Miss Universo são outros também...
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