segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Racismo explícito! Resultados do 'Miss Universo' julgado por robôs surpreendem negativamente

09 de setembro de 2016 46

O primeiro concurso de Miss Universo julgado por algoritmos de inteligência artificial no siteBeauty.ai teve seu resultado divulgado há pouco tempo, e só serviu para nos mostrar que os robôs ainda estão longe de superar um dos problemas mais absurdos criados pela nossa sociedade: o racismo.
Mais de 6 mil participantes em 100 países diferentes se inscreveram enviando suas fotos através do app para Android e iOS, e apesar da grande participação de pessoas negras, dos 44 vencedores escolhidos, apenas 1 indivíduo possuía essa característica, com a grande parte deles sendo brancos e asiáticos. Entre os jurados virtuais estavam presentes:
  • RYNKL: avaliava as rugas do rosto e cruzava as informações com os respectivos grupos de faixas etárias
  • PIMPL: analisava os sinais (pintas) e pigmentação
  • MADIS: pontuava candidatos mediante à sua semelhança com modelos de seus grupos étnicos
  • Simetry Master: averiguava a simetria dos rostos
  • AntiAgeist: calculava diferenças entre as idades cronológicas e a aparência dos candidatos.

Vencedores

Mulheres

Homens

Por mais que possa parecer algo ‘engraçado’, o fato de um robô ter ‘aprendido’ o racismo é alarmante, pois essas máquinas obtém suas técnicas de aprendizado através de um banco de dados (redes neurais), que precisa ser abastecido com conteúdos referenciais.
A inserção de dados com referências desproporcionais como, por exemplo, muito mais imagens de pessoas brancas do que negros e asiáticos, poderá influenciar diretamente na qualidade das escolhas.
O próprio chefe de pesquisa do Beauty.ai, Alex Zhavoronkov, justificou que o problema do concurso ocorreu devido a um conjunto pouco diverso de imagens, algo que reproduziu fielmente ideais que já existem no mundo real.

Já aconteceu antes

O resultado do concurso nos fez lembrar imediatamente de Tay, o bot da Microsoft para o Twitter, que em pouco tempo de existência foi retirado do ar devido ao seu envolvimento em assuntos extremamente polêmicos como, por exemplo, racismo e xenofobia.
Pelo visto, não é só o mundo real que tem que entender que 'beleza' não está associada a etnia ou cultura, e sim a muitos outros fatores.
Esperamos que na segunda edição do concurso, programada para acontecer até o final do ano, os juízes já estejam um pouco mais inteligentes, e consigam mostrar de forma fiel a beleza que existe em cada um dos rostos ao redor do mundo.
http://www.tudocelular.com/android/noticias/n78256/resultados-Miss-Universo-julgado-por-robos.html

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