sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Qui, 01/09/2016 às 23:05

Miss Bariátrica 2016 é escolhida em Salvador nesta sexta

Meire Oliveira
  • Divulgação
    Ana Resende foi a vencedora da edição 2015 - Foto: Divulgação
    Ana Resende foi a vencedora da edição 2015
Em um grupo de 35 mulheres com a autoestima renovada pela perda de peso, será escolhida, nesta sexta-feira, 2, a Miss Bariátrica 2016. A 4ª edição do concurso ocorre, às 19h30, na Casa Salvatore, no Cabula, em Salvador.
O evento, promovido pelo Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade (NTCO), reconhece o esforço de mulheres que mudaram de vida e recuperaram a saúde ameaçada pelos males adquiridos com o excesso de peso após a cirurgia de redução do estômago.
A iniciativa, segundo o cirurgião Erivaldo Alves, diretor do NTCO e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), foi solicitada pelas pacientes.
"Antes da cirurgia, as pessoas não convivem com o meio no qual estão inseridas. Não têm lazer, evitam sair. Mas quando começam a emagrecer, o comportamento muda, independentemente da idade. Querem mostrar como estão bem", diz o médico.
As candidatas irão desfilar com uma fantasia inspirada no tema do concurso, Os 100 anos de samba, e, depois, será a etapa da apresentação com traje de gala. Ao final, um grupo formado por cinco jurados irá definir  quais serão as três melhores participantes.
Os avaliadores são da área de saúde, beleza e moda. O foco é a promoção de um estilo de vida saudável e desmitificação do procedimento. A população feminina representa cerca de 70% das cirurgias feitas no Brasil.
Autoconfiança
A autônoma Cíntia Boaventura da Silva, 34 anos, além de melhorar a qualidade de vida, recuperou a vontade de cuidar do próprio corpo e  valorizar-se.
"Eu pesava 108 quilos. Hoje,  64. Há três meses, entrei na academia e conto com apoio do meu marido, que malha também. Engordei, após reposição hormonal por problema na tireoide,  e perdi a vontade de sair. Não conseguia brincar com meus filhos nem achava roupa", conta ela, que tem dois anos e oito meses de operada e participa do concurso pela segunda vez.
Depois de sair do manequim 46 para o 38, a realidade não é a mesma: "A mudança é para sempre, pois o psicológico continua de gordo. O processo foi tranquilo, mas ainda sou acompanhada por nutricionista e preciso me cuidar".
Nesse contexto, o Miss Bariátrica é mais um estímulo. "Além de motivar as que vão passar pelo processo, é uma chance de esclarecer as dúvidas e conhecer a experiência de outras", acredita.
Doença
Considerada uma doença multifatorial, a obesidade decorre de hábitos alimentares, sedentarismo e fatores genéticos de forma interligada. Já é reconhecida como um problema de saúde pública.
"Oitenta por cento dos pacientes têm parentes obesos. Quem tem a doença é susceptível a outros males, com hipertensão, diabetes, dor articular, apneia, câncer e insuficiência vascular periférica. Quem é obeso tem três vezes mais chance de sofre um infarto", lista o médico Erivaldo Alves.
O Brasil ocupa a 2ª colocação no ranking  de  cirurgia bariátrica. Em 2015, foram 93,5 mil procedimentos, o que representa aumento de 6,25% em relação a 2014, quando 88 mil pessoas passaram pela cirurgia. Os Estados Unidos estão na primeira posição. "A indicação pode ser feita dos 18 aos 65 anos", explica o médico.

Especialista indica preparo para facilitar a adaptação

De acordo com o psicólogo Helder Farias, após uma cirurgia bariátrica, é necessário um preparo para se adequar à nova realidade. 
“É um novo corpo que será construído e que, também, não é igual ao que se tinha antes. A aceitação nunca será completa, mas é essencial se adequar ao possível e saber lutar contra o desejo de comer, pois é algo ligado ao prazer”, diz o especialista.
O diagnóstico se faz pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado dividindo-se o peso da pessoa em quilos pela altura dela ao quadrado. Com o resultado acima de 30, o indivíduo é considerado obeso.
De 18 e 24.9 é considerado ICM  normal; 25 a 29,9, sobrepeso; 30 a 39,9, obeso; maior ou igual a 40, obesidade mórbida; maior ou igual a 50, superobeso.
“Para evitar o sobrepeso e a obesidade, as recomendações são a prática regular de exercícios e reeducação alimentar com dieta balanceada”, alerta o médico Erivaldo Alves.
Índices
O sobrepeso já atinge 52,5% da população brasileira, 17,9% obesa, segundo  o Ministério da Saúde. Em Salvador, o índice de obesos é de 14,9%. Mais da metade está acima do peso.
“A cirurgia só é recomendada quando o grau de obesidade ou de doenças associadas com risco de morbidade torna a intervenção  alternativa eficaz”, diz Alves.
http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/1798661-miss-bariatrica-2016-e-escolhida-em-salvador-nesta-sexta

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