O Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro apresenta uma retrospectiva dedicada ao fotógrafo paulistano Otto Stupakoff (1935-2009). Otto Stupakoff: beleza einquietude fica em cartaz de terça a domingo até o dia 30 de abril de 2017, com entrada Catraca Livre.
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Crédito da imagem: Otto Stupakoff © Acervo Instituto Moreira Salles
Pirineus, França, década de 1980 (detalhe)
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Com curadoria de Bob Wolfenson e Sergio Burgi, a exposição reúne cerca de 300 fotografias, além de publicações e vídeos apresentando sua extensa produção, realizada entre 1955 e 2005. Stupakoff foi um dos fotógrafos brasileiros de maior projeção internacional, tendo produzido ensaios de moda e retratos de celebridades internacionais para revistas como Harper’s Bazaar, Life, Esquire, Glamour, Look e Vogue.
A mostra se divide em quatro grandes temas: seus anos de formação e primeiros trabalhos nos anos 1950; os anos de 1960 a 1970 e sua colaboração com as principais revistas de moda do mundo, como a Harper's Bazaar e a Vogue francesa, além de retratos de personalidades como Jack Nicholson e Truman Capote; sua série de nus; e uma sala dedicada às viagens que fez.
Sobre Otto Stupakoff
O paulistano se interessou pela fotografia ainda criança, aos oito anos de idade, quando ganhou uma câmera do pai. Aos 15 anos, morando em Porto Alegre, realizou o curta-metragem Missão. Dois anos mais tarde, em 1953, embarcou para os Estados Unidos pela primeira vez, para estudar fotografia na Art Center School, em Los Angeles (atual ArtCenter College of Design).
Em 1955, voltou ao Brasil e imediatamente abriu seu primeiro estúdio, nos arredores de Porto Alegre. Um ano mais tarde partiu para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua carreira. Na virada da década de 1950 para 1960, fez o primeiro ensaio de moda do país, com a modelo Duda Cavalcanti, fotografada na casa de Heitor dos Prazeres e também nas praias cariocas. No período que viveu em São Paulo, entre 1958 e 1964, Stupakoff estabeleceu também um forte vínculo com o circuito de artes e as vanguardas, em particular com o movimento Realismo Mágico.
Entre 1964 e 1965, mudou-se definitivamente para Nova York, onde ficou até 1972. Neste período, conheceu grandes nomes da fotografia e das artes visuais. Otto seguiu para Paris, já casado com Margaretta Ingrid Arvidsson, miss Suécia e miss Universo em 1966, com quem teve dois filhos.
Retornou ao Brasil em 1976 e foi colaborador assíduo da revista Vogue, para quem produziu edições especiais sobre Jorge Amado e Xuxa. Desapontado com a pouca oferta de trabalho oferecida pelas agências no país, voltou a Nova York em 1980, onde atuou intensamente. Stupakoff voltaria definitivamente para São Paulo apenas em 2005.
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